sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A graça acabou.


A graça acabou...
A graça acabou.
A graça acabou...
A graça acabou.
Você andou errado comigo.
Talvez um dia você se aperceba.

O tesão acabou...
O tesão acabou.
É o tesão acabou...
Acabou pra valer.
Nunca chegou a ser grande coisa.
Agora é que não sobrou mais nada mesmo.

A paciência acabou.
A paciência acabou...
Hmmm como acabou...
A paciência acabou.
Dizem que o mundo dá as costas pra você
Quando você dá as costas pro mundo.
Então é assim que vai ser.

A emoção acabou...
Ah acabou...
A emoção acabou...
A emoção acabou.
Ainda dá p'ra continuar na área,... por Deus e pelos camaradinhas,...
Mas vai ficar só nisso mesmo.

A graça acabou...
É a graça acabou.
A graça acabou.
Acabou... acabou... acabou.
E agora da arquibancada...
O que eu posso fazer é desejar o melhor pra quem ainda está na estrada.

The Thrill Is Gone.
Escrita por Rick Darnell e Roy Hawkins
Popularizada por Mr. B. B. King
Tradução livre - Ben O'Buddy

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Delírios

Eu tenho um pequeno livro preto... onde escrevo meus poemas...,
Carrego uma bolsa com uma escova de dentes e um pente.
Quando eu faço as coisas direito como um bom cachorro eles me jogam um osso.

Tenho elásticos pra amarrar os sapatos.
Mãos sujas e inchadas.
Tenho treze canais de TV que não valem nada.
Tenho energia elétrica.
Tenho um sentido em alerta.
Tenho incríveis formas de observar...
E é assim que eu sei.

Quanto tento o telefone. Pra falar com você.
Não tem ninguém em casa...

Eu tenho o aparelho Hendrix obrigatório.
Tenho queimaduras inevitáveis de agulhas.
Todas marcando minha camisa de cetim favorita.
Tenho os dedos sujos de nicotina.
Tenho uma colher prateada com uma corrente.
E tenho um grande piano para compor meu requiem.

Meus olhos são selvagens e assustadores.
Tenho uma vontade enorme de voar...
Mas não tenho para onde ir.

Oh...mulher. Quando eu pego o telefone.
Você não está mais lá para mim.

Eu tenho coturnos Gothill.
Tenho raízes comestíveis para me alimentar.

---

Alguém aqui se lembra da Vera Lynn?
Alguém se recorda de ela ter dito que nos encontraríamos novamente...
Em um dia ensolarado.

Vera... Vera... O que houve com você?
Alguém por aqui sente-se como eu me sinto?...

---

Olá, tem alguém aí dentro?
Faça um sinal se estiver me ouvindo.
Tem alguém em casa?
Vamos então,
Vejo que está deprimido.
Posso aliviar sua dor.
Pode me mostrar onde dói?

Não há dor... você está longe.
Como a fumaça de um navio se afastando.
Percebo você como ondas...
Seus lábios movem-se mas eu nada ouço.

Quando eu era criança, tive uma febre.
Minhas mãos incharam-se como balões.
Agora tenho esse sentimento novamente.
Não consigo explicar. Você não entenderia.
Isso não sou eu.
Eu estou placidamente entorpecido.

O.K.
Só uma picada. Não haverá mais "aaaaaaaaaaaaaah"...
Mas você pode se sentir um pouco mal.
Pode se levantar?
Parece que está funcionando. Ótimo.
Isso te manterá funcional durante o show.
Vamos, é hora de ir.

Não há dor... você está longe.
Como a fumaça de um navio se afastando.
Percebo você como ondas...
Seus lábios movem-se mas eu nada ouço.

Quando eu era criança, tive uma visão.
Pelo canto do olho.
Eu me virei para ver melhor mas já tinha desaparecido.
Não pude tocar...
A criança cresceu...
O sonho se foi...
Eu me tornei placidamente entorpecido.

Nodoby Home, Vera Lynn e Comfortably Numb
Pink Floy. The Wall.
Tradução Livre. Ben O'Buddy.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Todos os lindos cavalinhos



Hush-bye, não chore.
Durma pequena criança.
Quando você acordar.
Haverá bolo ...
E todos os lindos cavalinhos.

Pretinhos, russinhos,
pintadinhos e cinzentos.
Todos os lindos cavalinhos.

Papai te ama. Mamãe te ama.
Todos amam o pequeno bebê.
Quando você acordar.
Haverá bolo ...
E todos os lindos cavalinhos.

Pretinhos, russinhos,
pintadinhos e cinzentos.
Todos os lindos cavalinhos.

Não muito distante.
Lá nas colinas.
Jaz um pequeno carneirinho.
Os pássaros e as abelhas pousam e beliscam seus olhos.
O pobre cordeirinho chorou chamando por sua mãe.


Hush-bye, não chore.
Durma pequena criança.
Quando você acordar.
Haverá bolo ...
E todos os lindos cavalinhos.

Pretinhos, russinhos,
pintadinhos e cinzentos.
Todos os lindos cavalinhos.

Papai te ama. Mamãe te ama.
Todos amam o pequeno bebê.
Quando você acordar.
Haverá bolo ...
E todos os lindos cavalinhos.

Pretinhos, russinhos,
pintadinhos e cinzentos.
Todos os lindos cavalinhos.

Não muito distante.
Lá nas colinas.
Jaz uma pequena criancinha.
Os pássaros e as abelhas pousam e beliscam seus olhos.
A pobre criancinha chorou chamando por sua mãe.

Hush-bye, não chore.
Durma pequena criança.
Quando você acordar.
Haverá bolo ...
E todos os lindos cavalinhos.

Pretinhos, russinhos,
pintadinhos e cinzentos.
Lindos e ternos cavalinhos brancos.

Papai te ama. Mamãe te ama.
Todos amam o pequeno bebê.
Quando você acordar.
Haverá bolo ...
E todos os lindos cavalinhos.

Pretinhos, russinhos,
pintadinhos e cinzentos.
Lindos e ternos cavalinhos brancos.













All the pretty little horses.
Tradução livre.
Ben O'Buddy.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Fractais

Um dia, cansado do trabalho, Josef resolveu dar uma volta pelos jardim que se localizavam próximo ao seu local de trabalho. Após ficar sentado por um certo tempo em banquinho sem olhar para nenhum lugar específico, Josef se encantou com uma planta que até então não tinha notado. Seu cheiro, cor, texturas ..., tudo enfim era perfeito e ver aquela planta, poder tocá-la e sentir seu aroma encheu o coração de Josef de deleite e paz. Intrigado e encantado com o poder daquela pequena planta, Josef fez um esboço dela em papel depois comprou celofane e tinta. Comprou também uma essência que continha o mesmo aroma da planta. Durante horas fez um trabalho árduo de reproduzir artificialmente a planta. Terminado o trabalho, contudo, para sua decepção, o resultado não foi o esperado. Aquela peça criada por Josef não lhe trouxe a sensação que outrora experimentara.

A namorada de Josef, Helene, o informou que ele devia comprar uma muda ou semente da planta e plantá-la e assim teria de fato uma planta do mesmo tipo. Helene amava muito Josef e sempre dava conselhos a ele para vê-lo feliz. Embora nos últimos dias estivesse um pouco chateada, pois a fixação de Josef na tal plantinha o tinha feito esquecer-se um pouco de sua amada. Josef fez o arranjo, e embora agora tivesse um exemplar bem mais próximo do original, ainda assim o resultado não foi como o esperado. Ele tinha agora uma cópia da planta em seu escritório, mas ainda não conseguia reproduzir o sentimento experimentado da primeira vez que vira aquele tipo de planta no jardim.


Um amigo de Josef, Albert, que era cientista e adorava desafios, tentou ajudá-lo. Ele colheu um pouco do material da planta no jardim, isolou o DNA da planta, em laboratório, e o injetou em uma semente do mesmo tipo. Ao crescer, a planta resultante era um clone perfeito da planta no jardim..., mesmo aroma, mesma forma, mesma textura. Para o espanto de Josef aquilo ainda não surtiu o efeito esperado. E ele então desistiu de se preocupar em procurar pela sensação que sentira da primeira vez que viu a plantinha.

Um dia Josef estava saindo do trabalho e rumando para a casa de Helene por quem sentia forte saudade, e passou pelo jardim onde pela primeira vez tinha visto a plantinha. Josef se apercebeu disso e aproximou-se da plantinha a fim de sentir de novo a deliciosa sensação que tinha sentido na primeira vez. Mas ao invés disso, mesmo sentindo o mesmo aroma, a mesma textura e observando a mesma belíssima combinação de nuances de cores das folhas da plantinha, Josef não sentiu nada. Ele se deteve ali por alguns minutos, mas logo tirou o relógio de bolso e observou que já estava atrasado para encontrar-se com a bela Helene. Josef pôs-se a caminhar bem rápido pensando em como precisava urgentemente ter sua amada em seus braços.

Ben O'Buddy
Em homenagem a Bernardo N. Hodge e Franz Kafka (em memória)