segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Delírios

Eu tenho um pequeno livro preto... onde escrevo meus poemas...,
Carrego uma bolsa com uma escova de dentes e um pente.
Quando eu faço as coisas direito como um bom cachorro eles me jogam um osso.

Tenho elásticos pra amarrar os sapatos.
Mãos sujas e inchadas.
Tenho treze canais de TV que não valem nada.
Tenho energia elétrica.
Tenho um sentido em alerta.
Tenho incríveis formas de observar...
E é assim que eu sei.

Quanto tento o telefone. Pra falar com você.
Não tem ninguém em casa...

Eu tenho o aparelho Hendrix obrigatório.
Tenho queimaduras inevitáveis de agulhas.
Todas marcando minha camisa de cetim favorita.
Tenho os dedos sujos de nicotina.
Tenho uma colher prateada com uma corrente.
E tenho um grande piano para compor meu requiem.

Meus olhos são selvagens e assustadores.
Tenho uma vontade enorme de voar...
Mas não tenho para onde ir.

Oh...mulher. Quando eu pego o telefone.
Você não está mais lá para mim.

Eu tenho coturnos Gothill.
Tenho raízes comestíveis para me alimentar.

---

Alguém aqui se lembra da Vera Lynn?
Alguém se recorda de ela ter dito que nos encontraríamos novamente...
Em um dia ensolarado.

Vera... Vera... O que houve com você?
Alguém por aqui sente-se como eu me sinto?...

---

Olá, tem alguém aí dentro?
Faça um sinal se estiver me ouvindo.
Tem alguém em casa?
Vamos então,
Vejo que está deprimido.
Posso aliviar sua dor.
Pode me mostrar onde dói?

Não há dor... você está longe.
Como a fumaça de um navio se afastando.
Percebo você como ondas...
Seus lábios movem-se mas eu nada ouço.

Quando eu era criança, tive uma febre.
Minhas mãos incharam-se como balões.
Agora tenho esse sentimento novamente.
Não consigo explicar. Você não entenderia.
Isso não sou eu.
Eu estou placidamente entorpecido.

O.K.
Só uma picada. Não haverá mais "aaaaaaaaaaaaaah"...
Mas você pode se sentir um pouco mal.
Pode se levantar?
Parece que está funcionando. Ótimo.
Isso te manterá funcional durante o show.
Vamos, é hora de ir.

Não há dor... você está longe.
Como a fumaça de um navio se afastando.
Percebo você como ondas...
Seus lábios movem-se mas eu nada ouço.

Quando eu era criança, tive uma visão.
Pelo canto do olho.
Eu me virei para ver melhor mas já tinha desaparecido.
Não pude tocar...
A criança cresceu...
O sonho se foi...
Eu me tornei placidamente entorpecido.

Nodoby Home, Vera Lynn e Comfortably Numb
Pink Floy. The Wall.
Tradução Livre. Ben O'Buddy.

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